Dados dois pontos de referência e conhecida as suas respectivas posições, pode-se encontrar o ponto de onde se efetua a observação.

Partindo desse princípio do quadrante se confeccionaram os antigos instrumentos de origem incerta, como o astrolábio e o sextante.

Desde a antiguidade, os estudos das constelações se efetuavam com a ajuda da esfera armilar, surgida da necessidade de determinar a posição do Sol e outras estrelas que não tinham posição fixa. Assim se criou uma esfera composta de vários círculos sobre os quais estava marcado o movimento variável das estrelas. Se projetarmos sobre um plano esses círculos, com as colocações da esfera armilar, obtém-se o astrolábio.

Os árabes o aperfeiçoaram. Os antigos navegantes se guiavam pela posição das estrelas, tendo como referência, por exemplo, a estrela Polar, e assim determinavam com exatidão relativa o ângulo formado pela estrela com a vertical traçada desde o ponto de observação, diferente da posição anteriormente medida, para determinar a latitude.

O astrolábio servia para localizar as distintas posições dos astros e também era utilizado para resolver problemas astronômicos mais complexos. É formado por um círculo completo e uma seção de círculos divididos em graus com um braço móvel colocado no centro do círculo. Quando o ponto zero do círculo se orienta com o horizonte, a altura ou azimute de um corpo celeste pode ser medido observando-se o braço.

Alguns estavam unidos a uma bússola e serviam de relógio e calendário.

A sua origem é atribuída aos babilônios, que teriam construído um astrolábio esférico ou armilar. Ptolomeu deu as bases para a realização do astrolábio planisférico. Mas outras investigações demonstram que o primeiro que utilizou o astrolábio foi o astrônomo grego Hiparco de Nicea.

Na Idade Média aperfeiçoaram esses instrumentos, mas esses ainda continuaram imprecisos. No século XVI, o astrônomo Tycho Brahe construiu um astrolábio de três metros de raio, com o qual fez observações com precisão. Pouco tempo depois se inventou o telescópio e os primeiros sextantes (um deles foi inventado por Newton). O sextante baseia-se nos mesmos princípios que o astrolábio e o quadrante em mais dois novos elementos: lentes de aumento e jogo de espelhos, cuja precisão se tornou efetiva depois dos estudos de Newton e outros cientistas sobre óptica.

Francisco Capacete

Autor

Revista Esfinge