O equilíbrio e a harmonia do Universo, da duração do dia e da noite, da luz e das sombras.

Juan Carlos Del Rio

Esta constelação já é mencionada nas Tábuas de Mul-Apin, fazendo parte da eclíptica ou Caminho da Lua. É conhecida como Ziba-ni-tum, “as balanças”. Até o ano 2000 a.C foi associada com o juízo final dos vivos e dos mortos das religiões babilônicas e a pesagem das almas. Posteriormente, ficou conhecida na Babilônia como Tashritu, “a balança”, Libra em latim. Em algumas tradições fazia parte do signo de Escorpião, formando as suas pinças, como indica o nome das suas duas estrelas principais.

Quanto aos dois autores clássicos que estamos estudando, Arato e Eratóstenes, nenhum deles menciona Libra, mas uma constelação chamada “As Pinças”. Segundo Arato:

“A ponta da sua mandíbula [de Ofiuco] está situada junto à Coroa. Debaixo da sua espiral podem ser vistas as grandes Pinças, mas são de pouca luz e nada brilhantes.”

Os gregos costumavam juntar as estrelas de Libra com as de Escorpião, pois a imagem das balanças não era conhecida, e é possível que este simbolismo tenha uma origem mesopotâmica. Foram os autores romanos que primeiro diferenciaram Libra de Escorpião. A balança também simbolizava a idêntica duração do dia e da noite nos equinócios. Há dois milênios, a passagem do Sol por Libra marcava o equinócio de setembro. Também foi em Roma onde se associaram as balanças de Libra com as balanças da Justiça, sustentadas por Astréia, a deusa da Justiça.

Zeus a colocou no céu como uma homenagem a Themis (Justiça), representada tradicionalmente com uma venda nos olhos e uma balança nas mãos. Da união de ambas as divindades nacionais nasceram numerosas criaturas entra as quais estão as Horas (encarregadas de abrir e fechar as portas do dia, de cuidar dos cavalos do sol e de presidir as estações do ano) e as Parcas (tecedoras do destino dos homens e observadoras do movimento das esferas celestes). Ou seja, Themis e suas filhas eram responsáveis pelo equilíbrio e pela harmonia do universo.

Em Roma, para que cada signo correspondesse a uma constelação e cada uma destas representasse um mês do ano, Escorpião foi dividido em duas partes iguais. Por isto colocaram a figura de Júlio César em uma das duas partições de 30º que foram criadas. A balança que sustenta na mão aquele personagem, simbolizava a justiça e a eqüidade, servia ao mesmo tempo para recordar que foi seu portador quem dividiu ano de maneira exata. Por isto, o Novo Signo recebeu o nome de Libra (a balança) e, além do mais, passou a representar a igualdade do dia e da noite no equinócio de outono. O que equivale a dizer que, neste preciso momento, a luz e a sombra têm a mesma duração.

Entre os egípcios, o símbolo da Balança estava associado à vida no além, já que o coração dos mortos era pesado antes de poder entrar no Outro Mundo. Também as colheitas eram pesadas quando a Lua cheia se encontrava em Libra.

Libra simboliza o equilíbrio, pois a balança marca o equilíbrio entre o mundo solar e a manifestação planetária, entre o ego espiritual do homem e o eu exterior ou personalidade. Assinala o equilíbrio entre o bem e o mal, com dois pratos inclinados um em direção do Escorpião (o mundo dos desejos) e o outro para o signo de Virgem (a sublimação dos desejos).

Autor

Revista Esfinge