Em algum momento, nos chamará a atenção a perfeição e a beleza dos minerais quando os encontramos cristalizados em figuras geométricas de grande simetria, sejam transparentes ou opacos, com seus lindos brilhos e cores. Não precisam ser joias de grande valor, nem cobiçadas pedras preciosas; um simples cristal de calcita, de quartzo ou de pirita esconde todo um conjunto de segredos e mistérios. Um geodo, tão escuro, amorfo e feio por fora, guarda em seu interior a transparência e a cor dos cristais de ametista, como um tesouro.

Esse reino da natureza nos parece morto, mas antigos povos, com seu conceito de unidade sobre tudo o que existe, o reconheciam como um mundo dinâmico e cheio de vida, ainda que com um distinto ritmo de nascimento, desenvolvimento e morte. Se a Ciência é o estudo do aspecto material da Natureza, que mede e compara os fenômenos físicos; a Magia é o estudo das relações entre a matéria e o espírito, entre o de “abaixo” e o de “acima”, o visível e o invisível. O conhecimento mágico parte do reconhecimento da existência de um mundo invisível, que é fonte e origem do mundo visível. Para o mago, cada coisa visível, mensurável, computável, é somente um reflexo ou um símbolo de outra realidade não visível, nem mensurável, nem computável, que se expressa por si mesmo.

Todos os objetos sensíveis têm, pois, um continente (o objeto) e um conteúdo (o ser que por meio dele se manifesta). O objetivo do mago é descobrir, penetrar esse conteúdo, essa mensagem escondida. As leis que investiga não são as que relacionam as medidas e pesos dos símbolos, mas as que relacionam seus significados. Além das propriedades físicas dos minerais, podemos constatar outra série de efeitos que produzem nas pessoas. A existência da arte da joalheria, tão antiga como o próprio homem, demonstra que a fascinação que provoca vai além de sua utilidade técnica.

Todas as antigas culturas, desde o Egito até a China ou o México, assim como outras muito mais antigas, desde o Paleolítico Superior, têm trabalhado os minerais, dando-lhes um valor estético, social (econômico), simbólico e sagrado.

Autor

Revista Esfinge