Todas as evidências apontam que na superfície de Marte houve uma grande quantidade de água, mas não se encontrou rastro de depósitos de carbonato que provem isso. A equipe do microbiólogo Ricardo Amils propõe que Marte albergou mares de ácido, o que explicaria essa falta de carbonatos.
A água do mar ao evaporar-se faz com que seus sais se precipitem e formem enormes depósitos de carbonato de cálcio. Amils diz que os encontros de minerais de ferro oxidado, como a jarosita e as hematitas, compatíveis com a existência de água, podem ter ocorrido devido a que os oceanos de Marte teriam sido de ácido, já que a jarosita só pode se formar em águas ácidas.
Marte teria um ambiente ácido no qual o motor seria o ácido sulfúrico, que se forma na atmosfera ao combinar-se o enxofre dos vulcões com a água. Uma chuva ácida liberaria ferro, magnésio e ácido sulfúrico nos oceanos, isso impediria a formação de grandes depósitos de carbonato, que liberaria CO2 que se dissiparia na atmosfera, o que criaria um meio perfeito para o desenvolvimento dos processos biogênicos.
No Rio Tinto, Huelva, há a presença de jarositas e a ausência de carbonato, aproximando-o do modelo marciano; a oxidação do ferro de Marte poderia ter ocorrido também com a intervenção de organismos vivos, segundo o mesmo modelo.