Através de um sistema de visualização que registra emissões térmicas, os cientistas observaram “vales dendríticos sobre esses cilindros e planícies que, devido às suas características geomórficas, tais como uma ramificação extensiva, são conseqüência de precipitações atmosféricas que favoreceram sua formação”, assinala Quantin.

Além do mais, os meandros e os canais interiores sobre o solo dos vales indicam que os períodos chuvosos duraram muito tempo e a paisagem lembra algumas zonas desérticas da Terra onde a areia cobre o solo de vales secos.

Até hoje, se acreditava que Marte gozava de um clima cálido e que a água fluía por sua superfície durante seus primeiros dias de existência, mas que na continuação congelou, há aproximadamente 3.600 milhões de anos, período limite entre as Eras Noachian e Hesperiana.

Este trabalho conduz a pensar que existia um clima cálido e úmido, durante a Era Hesperiana tardia – entre 2.900 e 3.400 milhões de anos, quando se pensava que o clima era frio –, condições que poderiam resolver o paradoxo sobre o oceano que existiu nas terras baixas do planeta vermelho, datadas dessa época.

A vida, para ter existido alguma vez em Marte, se faria beneficiada de um período mais longo de condições mais cálidas do que se pensava e que conduziriam à atividade hidrológica.

Autor

Revista Esfinge