Desde sempre a Física buscou teorias universais, ou seja, que se cumpram em todo momento e em todo lugar. Estas teorias são as que os cientistas perseguem porque são as que nos revelam os segredos do Universo no qual vivemos.

Einstein deduziu numa série de artigos publicados no ano de 1905 leis válidas para todos os observadores (ou seja, leis que qualquer pessoa pode constatar independentemente da sua posição ou velocidade). A luz foi a pedra angular desta revolução. Sua velocidade, segundo postula Einstein, é sempre a mesma (não é relativa). Se eu, do acostamento, vejo passar um carro que viaja a 100 Km/h, percebo que essa é a sua velocidade. Mas se viajo num carro a 90 Km/h e vejo passar um outro carro que circula no mesmo sentido que o meu a 100 Km/h, terei a sensação de que está à minha frente com uma velocidade de 10 Km/h. Este fenômeno tão cotidiano não ocorre no caso da luz. Por mais que alguém queira correr atrás de um raio de luz, este sempre viajará 300.000 Km/s mais rápido de quem quiser caçá-lo, tanto se o perseguidor correr como se não correr.

Ao mesmo tempo que a velocidade da luz se convertia em universal, as equações de Einstein nos mostravam que o tempo, sim, é relativo: quanto maior seja minha velocidade, mais devagar passa o tempo para mim, com relação a um observador em repouso. Assim, esta nova teoria nos mostra que conceitos considerados universais, como a homogeneidade do tempo, não o são, e outros aparentemente relativos poderiam ser as consolidações da misteriosa linguagem do Universo. Einstein batizou essas hipóteses (na época) como Teoria da Relatividade Especial. A natureza, uma vez mais, mostrou aos seres humanos como seus mais guardados segredos escapam à compreensão e à intuição do comum dos mortais.

David Córdoba

Autor

Revista Esfinge