Não era somente um monarca absoluto, mas sim um monarca universal.

— E as estrelas vos obedecem?

— Certamente. Obedecem imediatamente. Não tolero a indisciplina. (…)

— Queria ver um pôr-do-sol… Ordenai ao sol que se ponha…

— Se ordenasse a um general que voasse de flor em flor como uma borboleta, ou que escrevesse uma tragédia ou se transformasse em uma ave marinha, e o general não executasse a ordem recebida, quem estaria em falta, ele ou eu?

— Vós — disse firmemente o pequeno príncipe.

— Exato. Há que exigir de cada um o que cada um pode fazer — replicou o rei.

— E meu pôr-do-sol? — perguntou o pequeno príncipe, que jamais esquecia uma pergunta uma vez que a tinha formulado.

— Terás o teu pôr-do-sol. Exigi-lo-ei. Mas esperarei, com a minha sabedoria de governante, até quando as condições sejam favoráveis. (…) Será esta tarde, às sete e quarenta.

Autor

Revista Esfinge