Diz-se que Santiago Maior trouxe consigo a imagem de Nossa Senhora de Almudena. Posteriormente se depositaria na Igreja de Almudena na rua de mesmo nome, entre as atuais ruas de Bailén e Mayor. Para preservá-la de um possível ataque muçulmano, um ferreiro a ocultou em uma parede da muralha árabe com dois círios acesos, um de cada lado. Era o ano 712.

Após reconquistar Madri pela terceira vez, Alfonso VI, em 1083, tem notícias do fato e se interessa pelo paradeiro da imagem.

A conquista de Toledo foi difícil e conta-se que não aconteceu até que não aparecesse a Virgem. Uma jovem cristã de Madri conheceu a história da imagem, porém não sabia o lugar exato do ocultamento. Rogou à Virgem que a iluminasse e chegou a oferecer sua vida em troca da recuperação da estátua.

O Rei e a jovem se encontram em Toledo. Conta-se que o monarca prometeu fazer todo o possível para achar a imagem ainda que fosse necessário desmontar a muralha com suas mãos, pedra por pedra. Organiza em Madri uma procissão de preces públicas que ele mesmo presidiu e durante os cânticos e orações se ouve um grande estrondo, como se a terra estremecesse e os edifícios se partissem. Abre-se um grande buraco na muralha, repicam os sinos, aparece Nossa Senhora com as duas velas acesas, tal como havia sido ocultada e a jovem cai morta aos seus pés. Era o dia 9 de Novembro de 1085. Uma imagem branca da Virgem, em pé, com o menino nos braços, pode ser vista na parte da muralha que rodeia a Catedral e desce pela rua Mayor em direção à rua Custa de la Vega, chamada assim pela fértil margem com plantações que antigamente desciam em direção ao rio. Uma placa dá fé do milagre e assinala o lugar onde aconteceu a aparição. Ali esteve antigamente a Puerta de la Vega.

Dizem que a imagem de Almudena deriva da palavra árabe almudin. Segundo alguns, se relacionaria com allóndigá, segundo outros com al mudayna ou al Medina, a cidade ou cidadela. Há ainda que faça relação com almud ou pedra.

Autor

Revista Esfinge