Por Isabel Pérez Arellano

Clinicamente este volume é conhecido com o nome de hordéolo e é uma infecção localizada que pode afetar aos folículos pilosos das pestanas (terçol externo) ou as glândulas de MEIBOMIO (terçol interno) e que provoca a formação de um abscesso.

Com relação às pálpebras, os dois transtornos oculares mais comuns são as blefarites e o terçol. Este último, que é uma infecção, pode ser conseqüência do primeiro, que consiste em uma inflamação. As pálpebras são finos vincos da pele ficam sobre o olho com o fim de protegê-lo de qualquer golpe ou de uma luz muito intensa. Anatomicamente, na parte interna da pálpebra, existem glândulas que desembocam no olho chamadas glândulas tarsales ou glândulas de meibomio, cuja função é segregar um líquido oleoso, componente fundamental das lágrimas, que as pálpebras a deslizar sobre o olho sem fricção. Ademais, na margem da pálpebra existem duas fileiras de pestanas, estruturas córneas com função protetora, e cada uma delas contém sua própria glândula sebácea.

As pestanas são pêlos duros que podem medir até um centímetro de comprimento, cuja raiz se fixa profundamente na pele da pálpebra, acompanhada por terminações nervosas que registram qualquer movimento ou a mais ligeira pressão. Esses cílios permitem que seja detectado qualquer dano que possa sofrer o olho antes que o cérebro o registre e respondem fechando automaticamente as pálpebras em questão de milisegundos. Aproximadamente duzentas pestanas rodeiam cada olho, sendo sua vida média de quatro meses. Os folículos pilosos são os encarregados de fabricar os novos pêlos e contêm glândulas sebáceas para lubrificar a haste da pestana e proteger a pele contra as bactérias e os fungos. Como mencionado, a blefarite é a infecção das pálpebras, que pode se originar tanto nos folículos pilosos das pestanas como nas glândulas de meibomio, como conseqüência de uma hipersecreção de óleo ou da fabricação de um óleo com maior densidade, o que provoca a obturação das glândulas. A inflamação também pode ser desencadeada por dermatite seborreica, por alergia, ou, em crianças, pela presença de piolhos em suas pestanas. Os sintomas são pálpebras vermelhas e irritadas, com escamas na base dos cílios, ardor, e ter os cílios grudados pela manhã. A blefarite pode ser tratada com uma limpeza cuidadosa das pálpebras duas ou três vezes ao dia, com a ajuda de uma haste de algodão molhada em desengordurantes suaves, como shampoos para crianças diluídos ou água com bicarbonato de sódio. Se há presença de caspa, pode-se inclusive lavar os cílios com um shampoo anticaspa. Os desencadeantes desta enfermidade podem ser o stress, uma enfermidade subjacente, ou a exposição a poeira e poluentes do ambiente.

A partir desta inflamação as pálpebras podem ficam infectadas secundariamente como resultado de friccioná-las, por bactérias da pele, os estafilococos, desenvolvendo-se um terçol.

Clinicamente este volume é conhecido com o nome de hordéolo e é uma infecção localizada que pode afetar aos folículos pilosos das pestanas (terçol externo) ou as glândulas de meibomio (terçol interno) e que provoca a formação de um abscesso.

O terçol pode produzir edema em toda a pálpebra. Em geral, são inofensivos apesar de seu aspecto ameaçador. Provocam vermelhidão, dor, e algumas vezes sensibilidade à luz e os olhos lacrimejantes. Normalmente, os terçóis duram de três a sete dias. Primeiro, os olhos se enchem de pus, logo inflamam espontaneamente e finalmente se curam quando a infecção é drenada. A dor e a inflamação desaparecem enquanto a pressão se alivia. Quando o terçol estoura, pode-se ajudar a drenagem estirando e retirando a pestana infectada, e lavando o olho cuidadosamente. Pode ser necessário realizar uma drenagem cirúrgica, quando não rompe por si só, mas nunca se deve apertar um terçol, já que o que ocorre é que a infecção se estende.

Às vezes se confunde um terçol com um calacio, que é uma glanuloma indolor, quer dizer, uma massa glanulosa formada nas glândulas de meibomio, que aumenta pouco a pouco e que em geral desaparece após várias semanas. É como um tumor, mas nos casos em que não se cura sozinho, é conveniente extirpá-lo.

Para os terçóis, o remédio mais usado consiste em aplicar na pálpebra afetada compressas quentes quatro vezes ao dia, durante dez minutos. O motivo é que o calor aumenta o aporte de sangue ao olho e ajuda os glóbulos brancos a lutar contra a infecção. O médico pode receitar também gotas ou cremes antibióticos para os casos reincidentes. Costuma-se associar a recorrência de terçóis à ingestão insuficiente de vitamina A ou betacaroteno, que precisamente tem um papel vital não só na visão, mas em manter a integridade das membranas mucosas. Pode-se conseguir um aporte extra dessa vitamina com a ingestão de frutas e verduras alaranjadas, amarelas e de folha verde. A vitamina A é encontrada também no azeite de fígado de bacalhau, antigamente muito receitado para as crianças. Outros remédios incluem infusões de ervas aplicadas aos olhos, especialmente de eufrásia, chá, camomila ou salsinha. A cultura popular recorre ao uso de argila para acelerar o processo do terçol, e de mel uma vez aberto. Também se tem relacionado a presença de terçóis com a carência de zinco, um mineral que se encontra em alta proporção nos olhos, favorece a ação da vitamina A e é necessário para o bom funcionamento do sistema imunológico. Podemos encontrá-lo na carne, ovos, pescado e marisco.

Além disso, os terçóis recorrentes podem ser devido a uma condição debilitada do organismo — caso em que é necessário tomar complexos vitamínicos — ou como sintoma de diabetes.

Como medidas de prevenção, menciona-se lavar as mãos freqüentemente e evitar tocar ou esfregar os olhos, não compartilhar toalhas nem maquiagem, e ser cuidadoso com a higiene das lentes.

Autor

Revista Esfinge