Um conto antigo dizia que caçar um porco do mato era muito simples: coloque ração em algum lugar aberto e deixe o porco comer à vontade durante toda a semana. Na semana seguinte, coloque uma grade e continue a alimentá-lo. O porco estranhará, mas continuará comendo por não ver risco. Continue o processo e na semana seguinte coloque mais uma grade e na outra semana mais uma. Na última semana, simplesmente coloque a porta e o porco não estranhará. Agora é só fechar a porta e lá está, o porco aprisionado. Desde o início do século passado, temos experimentado novas tecnologias, e elas estão modificando nossa forma de ação em prol de uma agilidade cada vez maior.

A invenção do rádio fez a informação chegar com uma velocidade jamais vista naquela época. Era possível saber no mesmo dia, uma série de acontecimentos e informações que, antes, teríamos que esperar a chegada do jornal impresso em nossa casa, no dia seguinte. Ávidas por informação e por ficarem por dentro das novidades, as pessoas aprenderam a esperar ansiosamente por isso. Com o advento do televisor, acrescentaram cor, vida e movimento à imagem. Agora era possível conhecer o mundo inteiro através da grande telade vidro. Além de informações úteis, tínhamos acesso a todo o tipo de conteúdo. Apareceu na TV, era verdadeiro. Dia após dia as pessoas aprenderam a esperar sentadas os próximos capítulos e a ter a informação cada vez mais pronta, simplificada e com comentários de “especialistas” sobre todos os assuntos. Daí veio a internet e revolucionou a nossa forma de pensar e agir.

Agora as pessoas podem escolher as informações que desejam, interagindo de maneira ativa com o meio eletrônico, em vez de simplesmente assistir ao que outras pessoas escolhiam e colocavam na programação. E esse poder de decisão está cada vez maior. Agora não basta escolher, as pessoas podem escrever e influenciar outras as pessoas. Magnífico, mas qual o impacto que toda essa forma de ação gera na psique humana?

Autor

Editor Revista Esfinge