Em certa ocasião, um homem de grande erudição foi visitar um ancião que era considerado sábio. Ia com a intenção de se declarar seu discípulo e aprender de seu conhecimento. Quando chegou à sua presença, manifestou suas pretensões mas não pôde evitar se fazer notar sua condição de erudito, opinando e sentenciando sobre qualquer tema sempre que tinha uma oportunidade. Em um momento da visita, o sábio o convidou a tomar uma xícara de chá. O erudito aceitou, aproveitando para fazer um breve discurso sobre os benefícios do chá, seus distintos tipos, métodos de cultivo e produção.

Quando a fumegante chaleira chegou à mesa, o sábio começou a servir o chá na xícara de seu convidado, que logo começou a transbordar. Mas o sábio continuava vertendo chá impassivelmente, derramando-se o líquido pelo chão.

O que você está fazendo? — gritou o erudito — Não vê que a xícara já está cheia?

Precisamente demonstro isso — respondeu o sábio.— Você, como a xícara, está cheio com suas próprias crenças e opiniões. De que serviria que eu tratasse de lhe ensinar algo?

Treinamento para o cérebro – Estudo baseado em meditação tibetana

Um estudo científico sugere que as respostas básicas e involuntárias do cérebro podem ser anuladas.

A essa conclusão chegaram os especialistas das universidades de Queensland e Califórnia depois de estudar as reações visuais de 76 monges budistas tibetanos com experiência em meditação.

Durante as provas realizadas pelos investigadores, os monges usaram óculos especiais que lhes permitiam ver simultaneamente uma imagem diferente em cada olho. A resposta normal e automática do cérebro seria alternar rapidamente a atenção entre ambas as imagens, uma reação conhecida como rivalidade perceptiva ou visual.

No entanto os monges foram capazes de se concentrar em só uma das imagens.

O poder da vontade

Com a meditação em “um ponto”, os monges conseguiram centrar sua atenção sobre um só objeto ou pensamento.

Aqueles que tinham maior experiência em meditação conseguiram concentrar-se em só uma das imagens durante um período mais longo, de até 12 minutos.

Segundo explicam os especialistas na revista científica Current Biology, a capacidade dos monges para anular a resposta mental básica indica que o cérebro pode ser treinado.

Até agora se acreditava que a rivalidade perceptiva era uma resposta básica e involuntária.

Saúde mental

“Os monges demonstraram que podiam bloquear a informação externa”, explicou Olívia Carter, da Universidade de Queensland.

“Seria bom agora fazer mais provas utilizando técnicas de imagem para ver exatamente que diferenças há nos cérebros dos monges.”

“As pessoas que praticam meditação, incluindo o Dalai Lama, expressaram que a habilidade para controlar e dirigir os pensamentos pode ser muito benéfica para a saúde mental”, acrescentou Carter.

Os monges, todos em lugares de retiro da Índia, tinham recebido entre 5 e 54 anos de treinamento em meditação.

http://news.bbc.co.uk/

Autor

Revista Esfinge