Uma cabeça da mitológica Medusa, que poderia ser da época do Alto Império Romano (entre os séculos II e IV), foi encontrada no jazigo de Romeral, nos limites dos municípios de Albanesa (Lleida).

A peça foi encontrada no último dia das escavações, nas águas termais de uma antiga vila romana, que há vários anos vinha sendo pesquisada.

É uma “descoberta única” no conjunto de esculturas romanas da Catalunha e raríssima no contexto espanhol, assegurou o Prefeito do Município, Antônio Balasch. Além do mais, seu estado de conservação é muito bom, tem somente uns pequenos defeitos nos lábios, causados provavelmente por uma picareta usada para fazer pequenos buracos na sua boca para utilizá-la como fonte, feito esse que a torna ainda mais rara, como explicou, ao Europa Press, o Diretor do Projeto Luiz Marí.

Tudo indica que é uma escultura do Alto Império Romano, dos séculos II até IV, quando o mito da Medusa já não estava tão em voga. Até o momento não se relacionava a Medusa com o culto da água e seu aspecto formal era simplesmente decorativo, segundo Marí. Além disso, os testes que determinarão precisamente sua datação ainda não tinham sido concluídos.

O mito

Na versão mais conhecida do mito, a Medusa era originariamente uma belíssima mulher que foi deflorada por Poseidón no Templo de Atena. Esses dois Deuses eram rivais desde os tempos em que competiram para ver quem seria o patrono da cidade de Atenas, episódio em que seus habitantes preferiram a oliveira de Atena à fonte ou aos cavalos de Poseidón.

Após descobrir a profanação de seu templo, Atena castigou Medusa condenando-a a ter a mesma forma de suas irmãs Gorgonas, assim seus cabelos transformaram-se em serpentes e seu olhar tinha o poder de petrificar qualquer criatura viva, tendo sido também desterrada para o submundo.

Enquanto estava grávida de Poseidón, Medusa foi decapitada pelo herói Perseu com a ajuda de Atena e Hermes. De seu pescoço nasceram seus descendentes, o Cavalo alado Pégaso e o Gigante Crisaor. Perseu usou a cabeça da Medusa para resgatar Andrômeda, matar Polidectes e, em algumas versões, petrificar o titã Atlas. Depois entregou a cabeça da Medusa à Deusa Atena, que a colocou em seu escudo, como égide, que, a partir de então, se transformou num talismã.

Autor

Revista Esfinge