Dos 13.700 faróis que existem no mundo, apenas 1.500 estão em funcionamento. A Espanha, pela amplitude das suas costas, é o país europeu que na atualidade conta com o maior número de faróis, exatamente 189.

Seu corpo imponente é, de certo modo, flexível: para amenizar a força dos choques, uma torre bem calculada deve admitir certas oscilações que diminuam o embate das ondas quando a natureza se desata em todo o seu esplendor.

Na antiguidade, duas das sete maravilhas do mundo eram faróis: o de Alexandria e o Colosso de Rodes.

Julio Verne imortalizou um deles na sua obra “O farol do fim do mundo”; trata-se do de San Juan de Salvamento (Argentina).

Seus construtores necessitam conhecer quatro dados fundamentais relacionados ao local: a força do vento, o empuxo das ondas, a altura do terreno e o alcance necessário para a luz. Devido à automatização de seus sistemas, a figura que outrora os habitara, o “faroleiro”, praticamente desapareceu, mas o romantismo que os faróis incorporam faz com que, se estão em mau estado, surjam associações ou particulares que se oferecem para reabilitá-los ou comprá-los, com idéias originais para seu futuro: desde hotel ou uma central de pouso de aves, a restaurante para celebrar bodas. De alguma maneira são “seres vivos” que se integram na paisagem. Seu olho de luz, sempre alerta, fala-nos de solidão e silêncio, mas também de ajuda e orientação aos que navegam perdidos… Admirável motivo que convida à reflexão.

María Teresa Cubas

Autor

Revista Esfinge