O martelo é um dos instrumentos mais necessários nos trabalhos manuais e ao mesmo tempo um dos mais simples. As origens do martelo precisam ser buscadas na Idade Pré-histórica; uma lenda atribui sua invenção a Ciniras, primeiro rei de Chipre, inventor lendário, por sua vez, das tenazes e da bigorna, porém indubitavelmente aquele instrumento deve ter substituído, desde o aparecimento do bronze e do ferro, aos martelos de pedra empregados desde a pré-história. Seu nome provém do latim malleus. Aparece com freqüência representado em baixos-relevos e vasos pintados, e em muitos desses monumentos como atributo de Vulcano e dos Ciclopes. Examinando os martelos que se conservam nos museus e coleções particulares, se observa que a maioria que hoje são empregados nas distintas profissões já eram conhecidos dos antigos e que essencialmente não variaram sua forma.

A clava, como na atualidade, era de madeira, ainda que também existam as versões de metal, como as de ferro encontradas em Pompéia. Eram empregadas nos trabalhos do campo, para desfazer os torrões de terra e nos diferentes ofícios em que os operários tinham que golpear sobre instrumentos de cabo, como cinzéis, etc., devido à suavidade do golpe, pelo que eram empregados pelos batedores de ouro para reduzir a folhas esse metal; e se empregavam também para alisar as folhas de papiro. Entre os etruscos aparece como atributo do Deus Caronte e de outros gênios fúnebres. Entre os celtas houve um deus conhecido como “o deus da clava”, nome que recebeu do instrumento com o qual se apresentava.

A cabeça do martelo costuma ser de metal atravessada por um furo em sua parte central, chamado olho, pelo qual entra e se firma o cabo; pelo lado com que se golpeia, chamado cabeça, é de forma prismática ou cilíndrica, e pelo lado oposto aplainada, geralmente, ainda que variam segundo os usos a que se destina. A cabeça termina em uma superfície plana ou convexa chamada boca.

Francisco Capacete

Autor

Revista Esfinge