Há coisas que nos acontecem uma única vez na vida e, se as deixarmos passar, não voltarão mais. A sorte, a fortuna, somente sorri àqueles que estão prontos para aproveitar sua oportunidade.
Os romanos tinham um deus chamado Kairós (A Oportunidade), o qual representavam com asas nos calcanhares, com um tufo de longos cabelos na fronte e o resto da cabeça totalmente calva.
Com ele pretendiam expressar o desejo da sorte e o efêmero de sua passagem, a brevidade e o giro da roda da fortuna e a impossibilidade de agarrá-la pelos cabelos, pois passa rápido.
No livro “A Sabedoria das Nações”, Joaquim Bastús diz que esta representação de Kairós é atribuída a Fídias e cita um diálogo, de uma obra de Lysippo, entre o viajante e a estátua do Deus da Oportunidade:
Por que esse tufo de longos cabelos em tua fronte?
É para que seja facilmente pego pelo primeiro que me encontre.
Mas, observo que não tens um só fio de cabelo na parte posterior da cabeça.
É para que nenhum desses que tenham me deixado passar possam me agarrar uma vez que eu já tenha passado.
Outras frases coloquiais tais como “a sorte lhe deu as costas”, “pegar (a oportunidade) pelos cabelos” e “dar de cara com a sorte” fazem referência a esta imagem mítica.