A busca do Graal é uma jornada para a iluminação. Ela simboliza o anseio pela perfeição espiritual que nos leva do estado natural de ignorância a um estado de graça e purificação. O herói, na busca por seu Criador, tenta trazer o Céu à Terra.

A tradição judaico-cristã, remanescente do legado de Cristo, insere-se na cultura esotérica do ocidente, completando os componentes helenísticos e herméticos que a precederam. Em paralelo à Igreja fundada pelo apóstolo Pedro, e definida logo após por Paulo, emerge outra derivação: a do Graal, em tons mais lendários e imprecisos. Ela não se constitui como corpo de fé de qualquer confissão religiosa, nem se legitima, tampouco, por sua veracidade histórica. Embora tenha se tornado uma mitologia, sua importância reside precisamente nisto: no poder do mito. Seu simbolismo nos leva para outros mundos, para outros planos de consciência, despertando nossos arquétipos coletivos mais profundos.

O eterno, uma vez despertada a necessidade espiritual, torna-se o objetivo de todo Iniciado que busca seu lugar no mundo. O Graal simboliza essa aspiração à plenitude interna, à realização pessoal na união com o divino, e sua busca como história da própria alma ilustra o labirinto desta transição, dessa fuga para a frente a que se submeterá o herói ou Iniciado, em que ele se vê inevitavelmente envolvido. Este pensamento surge em um momento em que o ideal cavalheiresco se emancipa da austeridade clerical, mas não sem deixar de ter um determinado tipo de misticismo latente. O herói, lançado ao desconhecido, rompe continuamente com seu passado. Seu passado, no entanto, não deve ser concebido como uma cadeia casual de fenômenos aleatórios, mas como algo vital e reconhecível em sua experiência mais íntima. Como uma prova modificada ao longo do tempo, gradual e seletiva, através do qual se aperfeiçoa. É um caminho de salvação, em suma, que culmina em sua transfiguração pessoal, porque o herói está comprometido, uma vez que tenha sido chamado e apesar de seus erros, a cumpri-lo.

Essa busca é o tema dominante da maioria das histórias medievais sobre a cavalaria andante. Elas adotam, entretanto, os elementos básicos da mitologia universal, visto que as encontramos como um símbolo recorrente em vários âmbitos culturais. Para os gregos, por exemplo, dentro dos Mistérios órficos, havia um recipiente em que se cozinhava a alma do mundo, de tal forma que, quando dela se bebia, a alma era arrastada para um novo corpo. Entre os celtas, o Caldeirão da Abundância possuía propriedades semelhantes. Em seu Inferno, chamado Annwn, havia um recipiente em que os mortos mergulhavam a cabeça para recuperar a vida. Como se pode observar, a ideia subjacente é a de passagem, de trânsito. De fato, nos mistérios de Elêusis, novamente na Grécia, ela foi incorporada como uma fase no processo de Iniciação. O recipiente continha a bebida sagrada e, ao bebê-la, entrava-se em transe, ou seja, o neófito passava a outro mundo, de um plano de existência em que a alma era separada de sua essência para outra esfera superior, considerada, então, edênica, em que encontrava sua plenitude. Comportava, assim, a busca pelo conhecimento e pela verdade, mas também e, especialmente, em um contexto cristão, a busca pelo Paraíso.

A PLASMAÇÃO DO MITO

O texto, elaborado no final do século XII, que pela primeira vez se refere a esses fatos é a obra inacabada de Chrétien de Troyes, O Conto do Graal, onde aparecem os elementos próprios do que já qualificamos como mitologia cristã. No episódio que descreve o cortejo do Graal, Percival, recebido no castelo do Rei Pescador, é o primeiro dos cavalheiros a contemplar este ritual singular e misterioso. Precedida por alguns criados, que carregavam uma lança e dois candelabros acesos, e seguida por outra jovem dama com uma bandeja de prata, aparece uma bela donzela que segura o cálice de ouro em suas mãos. Com ele, ilumina-se todo o ambiente. Em versões posteriores, junto à jovem donzela, haverá também a presença de um rei velho e doente, como um reflexo fiel do estado desolador em que se encontra seu reino. A cena é muito simples e breve, mas torna-se o núcleo de toda a peregrinação iluminadora.

Na literatura de cavalaria, o amor da mulher estimula e inspira o valor do herói, impulsionando-o em sua evolução pessoal. Como uma primeira manifestação do amor universal, o cavalheiro será envolto por uma deriva sentimental; entre a sedução amorosa da mulher, de um lado, e a glória e a inspiração divina, do outro. Mas o mais interessante, aqui, é mostrar que a feminilidade representa o lado emocional e a via de conhecimento direto e intuitivo. A dama do cortejo a que nos referimos estaria nessa linha interpretativa. No entanto, em um contexto cristão, como o que se desenvolve no ocidente, o feminino ainda possui um papel incomum. Retirada do mistério da missa na Igreja, por exemplo, a mulher não desempenha uma função significativa. É verdade que, neste caso, ela pode ser tomada como uma representação angelical, ou mesmo associada com o culto Mariano, assim ganhando algum destaque; mas, para isso, temos de recorrer a fontes pouco ortodoxas. O verdadeiro mistério da Virgem Maria não se encontra, portanto, em sua virgindade propriamente dita, mas na sua gestação e no seu parto simbólico. De alguma forma, devemos agir com a mesma pureza que ela para que, então, nasça o Cristo em nossos corações. Ou seja, tanto ela como nós mesmos, tomando seu exemplo, e indissociavelmente ligado ao sentido último do Graal, somos o receptáculo criador e doador da vida. Como matriz da vida, invertendo os términos e trazendo consigo essa associação feminina, o Graal é o receptáculo onde ocorre o ciclo constante da morte e ressurreição, o lugar da transfiguração pessoal. Afinal, não há por que ir tão longe. Encontramos essa distinção feminina já nos próprios Evangelhos. Não podemos ignorar o fato de que, após sua ressurreição, os primeiros discípulos a quem Jesus Cristo se apresentou foram, precisamente, as mulheres.

Percival, o primeiro dos cavalheiros que presenciam o Mistério, permanece absorto em sua representação, mantendo, contudo, uma atitude bastante passiva. Talvez por timidez, educação ou modos mal-entendidos, não pergunta nada ao seu anfitrião, o Rei Pescador. Como se não mostrasse interesse por entrar no Mistério, ele mostra um acomodamento à situação, em que se perde. Quando a revelação ocorre, ela requer transparência máxima em sua resposta porque, senão, ela nos abandona. Não se entendem os protocolos, ou códigos sociais, em que Percival provavelmente se debruçou. Ao faltar-lhe o ímpeto necessário de perguntar ao Rei Pescador sobre o sentido do ritual, ele deixa passar a oportunidade. Tanta prudência, diante de uma situação como essa, supõe uma fraqueza de espírito indesculpável. Por tê-lo feito, a cena, de mero drama ritualístico, tornou-se uma passagem iluminística. A tomada de consciência teria resolvido a busca por dar sentido àquele momento. Por fazer a pergunta que a curiosidade lhe suscitava, o Rei se curou e, com ele, o seu Reino.

O Rei Pescador é o guardião do Graal. Ele é assim chamado porque seu antecessor, Bron, alimentou seus seguidores com um único peixe que retirou do Graal, simulando o milagre de Cristo. O próprio Jesus chamava a seus Apóstolos pescadores de homens, e costuma-se representá-lo como um peixe, como o Avatar da então nova Era de Peixes, ou mesmo como um pescador, se o que pretendemos é destacar, e jogar metaforicamente, com a extração social e profissional de parte de seu discipulado. A associação, portanto, é evidente, mas neste ponto é necessário refiná-la. A figura do monarca é desdobrada, porque junto com o Rei Pescador, que atua como anfitrião de Percival, há outro, neste caso O Rei Ferido, que aparece ao lado da donzela no cortejo do Graal. Indubitavelmente se trata do mesmo personagem, produto do processo analítico que o mito quer mostrar. Sobre este último recai a culpa da desolação. O Rei, tendo sofrido uma ferida incurável, mantém-se em estado de latência, e a terra que circunda o seu castelo, reforçando alegoricamente seu sentido, torna-se erma e infértil.

Destaca-se aqui a influência celta, uma constante que liga a busca do Graal com a soberania do poder. Pode-se falar, sem dúvida, uma relação causal entre o bem-estar e a saúde do rei e a fertilidade do seu reino. Para os celtas, um rei aleijado é um rei incapaz de governar. Seu desamparo, sua lesão, seria a causa indissolúvel da esterilidade da terra ou do seu reino. A ferida sugere, novamente, a de Cristo, que fora infligida pela lança de Longinus, soldado romano. Seu significado, no entanto, é diferente. A doença do Rei se dá, de alguma maneira, por uma espécie de fraqueza, pela perda da fé, ou pelo esquecimento de algum tipo de aliança.

Em suma, um e outro não fazem mais do que representar os dois aspectos da nossa natureza. O Rei Pescador, bem como a donzela do Graal, ainda que sejam os detentores dos Mistérios, não são senão um duplo da nossa consciência e sabedoria interior, enquanto o Rei Aleijado representa esse outro aspecto primitivo, produto do esquecimento de nossa natureza divina.

Os elementos já estão presentes no cortejo: a lança, o cálice e, pouco tempo depois, em versões posteriores, como a Segunda Continuação e a de Manessier (não nos esqueçamos de que a obra de Chrétien ficou inacabada), aparecerá também a espada quebrada, portada por um cavalheiro. A lança e a espada, apesar de tudo, são alheias à iconografia cristã. Embora muitas vezes sejam igualadas à lança de Longinus e à espada que decapitara João Batista, a comparação é bastante forçada. Elas são melhor interpretadas em relação com o contexto histórico em que se desenvolve a narrativa, como parte do instrumental bélico do cavaleiro. A lança representa, então, a intuição e a clarividência, pois com ela, lançada de forma certeira, se alcança o centro das coisas. A espada, por outro lado, supõe o gesto, a força de vontade e de poder, com que se rasga o véu da ignorância. Mas, apesar de tudo, esses símbolos aqui mantêm um sentido muito negativo, porque a lança produz a ferida do rei, incapacitando-o, enquanto que a espada partida manifesta a perda de sua soberania. Eles só são regenerados como símbolos místicos uma vez que, associados com o Graal, este produza seus efeitos. Robert de Boron será quem, nesse sentido, realizará a transformação do mito. Se neste momento o objetivo da busca estava centrado em devolver a saúde ao Rei Ferido e recuperar a Terra Desolada, De Boron desviou a atenção para situá-la, agora, na figura de Cristo.

Influências no mito do Graal

Independentemente de sua origem suas influências são múltiplas. No simbolismo do Graal podemos encontrar facilmente restos de outras tradições. Uma grande influência provém da Mitologia celta, ligada especialmente ao ciclo arturiano, que salta aos olhos, mas também mostra elementos alquímicos e árabes, sufis entre outros.

Identificado dentro da iconografia cristã com a imagem do cálice, o Santo Graal é o copo que contém o sangue de Cristo, ideia duplamente reforçada se levarmos em conta que foi utilizado primeiro como cálice da Última Ceia, mas pouco depois também como recipiente no qual José de Arimateia guardou o sangue do Cristo crucificado.

A mulher no mito

O protagonismo que a mulher possui aqui, tem muito a ver com a influência recebida pela mitologia nórdica. Na cultura celta, suas aparições no bosque, especialmente entre poços e lagoas, evocam ao cavalheiro a memória de um paraíso perdido. Às vezes, como seres elementais, se tratando de ninfas, fadas, ou divindades femininas, representam a voz da Terra. O mito da queda e do paraíso perdido se insinua entre seus sussurros e presenças. São a alma da terra, e de alguma maneira estão invocando ao monarca a consagração do reino quando legitima sua comunhão com elas mesmas.

Cristianização da lenda

Com Robert de Boron se estabelece definitivamente a história do Graal. Deixa de ser esse conceito confuso e incerto, surgido da amalgama eclética que domina o mundo medieval, para adquirir um significado puramente cristão. Sua obra José de Arimateia, encontrada em 1190, e inspirada segundo todos os indícios no Evangelho Apócrifo de Nicodemos e nas Atas de Pilatos, resgata o período histórico da lenda enlaçando o tema com as Escrituras. Esta obra recria os antecedentes do mito e o vincula com a tradição cristã.

Após a morte de Jesus, José de Arimateia, um de seus discípulos que podemos qualificar de oculto, pois não aparece referência a ele nos Evangelhos até este momento, solicita a permissão de Pilatos para recuperar o corpo crucificado de Jesus e dar-lhe sepultura, momento no qual é entregue o cálice da última ceia e do qual se servirá para guardar o sangue que fluía de suas feridas. Porém com o desaparecimento do corpo, lhe acusam de havê-lo roubado. Trancado em uma prisão, aparece Cristo, que lhe confia o cálice e lhe instrui no mistério da eucaristia. Além disto, é graças a este sacramento que José se manterá com vida durante sua estada no cárcere: uma pomba entrará em sua cela e depositará cada dia uma hóstia no cálice.

Por causa da destruição de Jerusalém pelos romanos no ano 70, José é tirado do cárcere pelos imperadores Tito e Vespasiano. Este último, convertido a nova fé, lhe proporciona um barco no qual seguirá para o exílio acompanhado por membros da incipiente comunidade cristã. Entre eles estão sua irmã Anna Enygeus e seu o marido Bron.

Constitui-se desta maneira a Primeira Mesa do Graal, em nome da Mesa da Última Ceia. Nela se sentam doze pessoas, com uma peculiaridade: há um décimo-terceiro assento, denominado assento perigoso, que permanece sempre vazio. É o lugar reservado, por um lado, para os Iniciados, pois somente pode ser ocupado por José e mais tarde, pelo filho de Bron, seguindo certa linha de sucessão dinástica. Representa o lugar de Jesus Cristo, mas também pode-se entender como o assento de Judas, com efeitos cruéis neste caso, aí está sua ambivalência. Aqueles que o ocupam sem estar à altura de sua dignidade perecem, acabam sendo engolidos pela terra. O assento perigoso, é entendido assim, como uma bendição ou como uma maldição, e em definitivo como uma prova. Símbolo dual e ambivalente, pois permite descobrirmos o traidor ou o campeão da palavra de Deus.

Chegado este momento, a lenda se desvanece. Segundo algumas versões, José embarca para Grã-Bretanha, fundando a primeira igreja cristã em Glastonbury. Em uma leitura paralela, seria Bron quem, chegando ao continente, se estabeleceria em Avalon (o Mais Além da Mitologia Celta). No entanto, Avalon tende a identificar-se, em uma transposição mitológica, com Glastonbury.

Em outros casos, se fala de Muntsalvach (associada a fortaleza cátara de Montségur, no Languedoc, ou com Montserrat, na España) e inclusive de Sarras, admitida esta, às vezes, como uma corrupção linguística da primeira, ou melhor, com entidade própria, como a cidade celestial do oriente, onde, segundo outras versões, se fundaria a Ordem dos Cavalheiros do Graal.

Entramos já em uma nova fase da lenda, a forjada ao redor da Segunda Mesa do Graal. É o período ao qual pertence o relato de Chrétien de Troyes, e que já referimos nó princípio. O guardião do Graal é chamado de Rei Pescador e a região em torno do castelo, a Terra Desolada.

A trama da busca

O terceiro momento na evolução do mito o encontramos nos tempos da cavalaria andante. A Terceira Mesa, também denominada Távola Redonda, é característica do ciclo arturiano. Fundada por Merlin, o mago conselheiro da corte, reúne em torno dele uma ordem de cavalheiros.

Tudo começa em um dia de Pentecostes em Camelot, a corte do Rei Artur. Pentecostes é uma data muito utilizada nas lendas arturianas para a localização de eventos fantásticos. Dentro da tradição judaico-cristã, comemora-se a lei mosaica ou a vinda do Espírito Santo. Se celebra cinquenta dias depois da Páscoa em que judeus e cristãos rememoram respectivamente a saída do Egito ou a ressurreição de Cristo. Supunha o final de um ciclo e aqui, em uma transposição alegórica, tem um sentido parecido. Se havia conseguido a paz e a unidade de todos os reinos, mas com o tempo, seus cavalheiros, nascidos para a ação e inspirados pelos mais nobres sentimentos, começavam a perder-se nos hábitos ociosos de uma vida cortesã. Os grandes ideais por si mesmos não bastam para transformar o mundo se não se fazem acompanhar de uma mudança interior mais profunda. Era necessário, portanto, a transformação do homem. Desta maneira, uma mudança surge nas considerações transformadoras, tanto a nível individual como social: o ideológico se vê substituído pelo gnosiológico ou iluminístico. Não nos esqueçamos que a visão do Santo Graal vai se equiparar, neste relato, a graça do Espírito Santo.

A fraternidade nos ideais da Távola Redonda dá lugar, assim, à fraternidade dos Cavalheiros do Graal, compreendida como via mística.

Alguns se perderam no labirinto da vida, outros apenas se aproximaram, porém em todo caso, todos estão empenhados no novo lema dos tempos, a Busca do Graal. Lancelot, por exemplo, está a ponto de consegui-lo, porém é cegado pelo seu adultério com Guinevere, a esposa de Artur. Em seu amor cortes, idealiza a mulher como meio para alcançar a perfeição espiritual, porém não deixa de ser um afeto distinto ao da cavalaria, próprio dos trovadores, menestréis e poetas da época. O cavaleiro da Busca de alguma forma suscita outro tipo de sabedoria ao que, no marco de uma experiência espiritual, aflora um estado de graça especial. Gawain, por outro lado, chega também até o Castelo, porém fracassa neste caso por sua altivez e seu apego ao mundo. Somente três dentre todos eles conseguem encontrar o Graal: Boors, que é a representação mais fiel do homem humilde; Percival, o mais ingênuo de todos; e Galahad, representa o ideal do cavaleiro nobre por excelência.

Percival, depois de seu primeiro fracasso e depois de vagar durante anos, encontra de novo o caminho ao Castelo do Rei Pescador, a quem consegue finalmente curar depois que fez a pergunta do ritual: A quem serve o Cálice? A resposta, Ao rei mesmo, revela o seu significado. O rei, curado pelo cálice, dobra seus efeitos sobre a Terra Desolada fazendo-a florescer. Galahad, Percival e Boors continuam, no entanto, sua viagem até a cidade ideal de Sarras, coroando a Busca. Ali participam em uma missa na qual se manifesta Cristo, primeiro como celebrante da mesma, depois como uma criança resplandecente e, por último, na Hóstia, como um crucificado. O mistério da busca do Graal foi concluído. Galahad, o único permitido a contemplar o Graal, é elevado em êxtase místico. Percival, por sua vez, volta ao Castelo do Rei Pescador para ocupar seu posto como guardião do Graal, e Boors regressará a Camelot com o relato dos feitos.

Nicolás Martín

Autor

Revista Esfinge